sexta-feira, 23 de outubro de 2009

BE diz que há “continuidade a mais” no novo Executivo



O líder parlamentar do BE, José Manuel Pureza, criticou hoje a excessiva continuidade que o novo Governo representa, considerando que a manutenção do núcleo duro do anterior executivo denuncia que José Sócrates quer manter o mesmo rumo.

“Do elenco governativo que acabámos de tomar conhecimento resulta um facto essencial: é que o núcleo central do anterior Governo se mantém em funções, embora nalguns casos haja troca de cadeiras e, por outro lado, do ponto de vista do recrutamento deste novo Governo nota-se um fechamento crescente”, afirmou.

José Manuel Pureza, que falava aos jornalistas no Parlamento, reconheceu que o BE vê essa continuidade com preocupação, pois mostra que “nas áreas em que o país carece de mudança o primeiro-ministro insiste em continuidade”. “Portanto, há aqui continuidade a mais para um país que necessita de mudar”, sublinhou.

Contudo, acrescentou, mais do discutir nomes, importa conhecer “escolhas”, já que o BE não aceitará uma estratégia política que passe por “ir fazendo ziguezagues à esquerda e à direita”.

“É necessário que haja a evidenciação de escolhas muito claras por parte do Governo do PS e temo que a continuidade do núcleo central do Governo signifique já uma opção também muito clara das políticas económicas e sociais”, declarou.

Questionado se o facto de José Sócrates ter escolhido novos ministros para pastas como a Educação e o Trabalho não pode indiciar algumas mudanças, o líder parlamentar do BE considerou que só a acção política poderá mostrar o que irão fazer.

Quanto à possibilidade do BE fazer acordos parlamentares com o Governo, José Manuel Pureza lembrou que a posição do partido já está definida e que haverá toda a disponibilidade para que “as políticas sejam políticas certas”.

Interrogado se o elenco governativo agora conhecido poderá denunciar que José Sócrates apostará mais em acordos à direita, José Manuel Pureza insistiu no facto do núcleo central do Governo continuar em funções.

“A manutenção do núcleo central deste Governo é a prova provada que José Sócrates quer concretizar aquilo que ameaçou na sequência das eleições europeias”, afirmou, recordando que nessa altura José Sócrates disse que “iria manter o rumo”.

Portanto, acrescentou, “estas caras do núcleo central do Governo são a prova que José Sócrates está realmente apostado em manter um rumo que o país já castigou por diversas vezes em eleições depois disso”.

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