sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Francisco Louçã no Jantar do Bloco de Esquerda - Portimão










O líder do Bloco de Esquerda (BE), Francisco Louçã, anunciou quinta-feira, em Portimão, que o partido vai bater-se por medidas sociais de “emergência”que respondam às necessidades e prioridades do país, assim que o Parlamento retome o seu funcionamento.

No discurso durante o jantar promovido pela candidatura do BE de Portimão, que reuniu mais de 600 pessoas, Francisco Louçã garantiu que o partido irá apresentar propostas “de emergência” para fazer face às dificuldades da população mais desfavorecida.

Segundo Francisco Louçã, o BE “bater-se-à” pelo aumento das pensões dos mais pobres, a correcção do Estatuto da Carreira Docente, o fim de um processo de “perseguição” na avaliação dos professores e alterações ao Código do Trabalho.

“Faremos a proposta de um aumento de emergência para as pensões dos mais pobres”, disse o líder bloquista, defendendo que todas as pensões abaixo de 300 euros deveriam ser aumentadas em 50 euros.

Para Louçã, se o imposto sobre as grandes fortunas fosse aplicado, “só dez das maiores fortunas portuguesas, pagariam o suficiente para essas pessoas poderem ter acesso ao princípio elementar de decência, que é ter uma pensão que permita viver”.

“A correcção do estatuto da carreira docente, que separa os professores em duas categorias, e que levou as escolas a prejudicar a sua função educativa, será também uma das propostas”, assegurou o líder do BE.

Ainda no sector da Educação, Louçã anunciou que o BE proporá a todos os partidos sem excepção, o fim de um processo “de perseguição na avaliação”.

“Queremos uma avaliação que seja coerente com os objectivos e prioridades das escolas. Espero que haja uma grande maioria no Parlamento para trazer paz à educação, qualidade às escolas e respeito aos professores”, destacou.

Ao considerar que existe hoje “um desastre social” com 600 mil desempregados, o líder do BE, revelou que “será apresentada uma sobre o Código do Trabalho, medida que considera “essencial e indispensável para dar aos desempregados, aquele mínimo de apoio que correspondam ao que eles deram ao país”.

“Quero dizer a José Sócrates que o subsídio de desemprego não é uma esmola para os trabalhadores, mas sim um direito de quem trabalhou e está à procura de emprego. É uma medida de urgência que o Parlamento tem de tomar em nome da democracia economia e da responsabilidade social”, observou.

Durante o seu discurso, Francisco Louçã acusou ainda o ministro dos Assuntos Parlamentares, Augusto Santos Silva, de “mudar depressa” de opinião, ao admitir que o Governo poderia deixar cair alguns pontos do seu programa eleitoral.

“Vejam só como ele muda depressa de opinião. Já depois das eleições, Augusto Santos Silva disse que o programa do Governo ia ser exactamente o mesmo que o PS apresentou às eleições, com ou sem maioria absoluta”, recordou Francisco Louçã.

“Quando o ministro dos Assuntos Parlamentares, um porta-voz dos mais agressivos dos tempos da maioria absoluta, vem dizer que o novo Governo Sócrates podia deixar cair alguns dos pontos do seu programa, não podemos ter confiança no futuro”, observou.

“Nós já sabemos o que quer dizer esta ideia de deixar cair pontos de programa. Foi com maioria absoluta que o PS deixou cair tantos pontos do programa, como o não aumento dos impostos, o combate à evasão e corrupção fiscal e o levantamento do segredo bancário”, concluiu.

Para Francisco Louçã, o BE tem de ser uma esquerda alternativa para trazer justiça na vida social, e “é hoje uma referência na política nacional, uma força nova que está a crescer”.

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