sábado, 13 de fevereiro de 2010

ESTEJAMOS ATENTOS -OPINIÃO (XI)

ESTEJAMOS ATENTOS

Na vida dos povos, tal como na vida dos cidadãos, é fundamental sabermos separar o trigo do joio. Esta verdade nunca deve ser esquecida, em especial, nos tempos que correm, onde se tende a confundir propaganda com informação verdadeira.
Se não estivermos sempre atentos podemos ser levados a tomar um lobo por um pacífico cordeiro. É o que se passa com a manifestação convocada pelo movimento autodenominado “Todos pela Liberdade” em nome da defesa da liberdade de expressão. Os seus mentores são os mesmos que nos anos 80 do século passado já promoveram o controlo dessa liberdade e, uma vez chegados ao poder, não terão o menor pejo de voltar a fazer o mesmo. Disso não tenhamos dúvidas.
A forma como Batista Bastos, na sua última crónica no DN caracteriza Sócrates: “tolo, ingénuo e extremamente sinistro” para além de que “mente compulsivamente, denegou os testamentos da esquerda, bandeou-se com a direita procedendo às mais graves traições, não possui bússola ideológica, ignora o que são convicções, é destituído de compleição de estadista e cultiva uma mediocridade feliz dissimulada numa incontinência retórica que, amiúde, o emparelha com um vendedor de feira”, coaduna-se perfeitamente com as suas tentativas de controlo da comunicação social que já ninguém consegue esconder.
Por outro lado há que realçar que “um ex-ministro, agora protestador grave e atroz, foi, na sombria década cavaquista, controleiro da RTP. E um dos agora acusadores da falta de liberdade era o zeloso varejeiro do noticiário.” (…) “A reabilitação de falsos fantasmas apenas serve para se ocultar a medonha dimensão do que ocorreu na década de 80. Os saneamentos, a extinção de títulos, a substituição de direcções de jornais e a remoção de jornalistas incómodos por comissários flutuantes eram o pão nosso de cada dia.”
É, pois, fundamental estarmos sempre atentos aos aprendizes de ditador que, por aí pululam e às suas manobras, muitas vezes dissimuladas por hábeis campanhas mediáticas. Não lhes podemos dar quaisquer hipóteses e é necessário que eles tenham isso sempre presente, venham de onde vierem.

Luís Moleiro

Sem comentários:

Enviar um comentário