Parece que todos os partidos estão presos e deixaram-se prender à lógica dominante na Europa para se decretar crise: o défice público, a dívida pública, a opinião/decisão das agências de rating ... Porque razão os critério não são, por exemplo, os níveis de pobreza, o poder de compra, a taxa de desemprego, o acesso ao salário mínimo nacional, ... ?
Esta crise também tem mostrado o respeito que os defensores da democracia representativa, têm por ela quando no Parlamento já não têm maioria absoluta ... A questão à volta da lei das finanças regionais é também uma questão de respeito pela vontade democrática. E o governo, parecendo que é o detentor da "verdade", não respeita essa vontade e, socorrendo-se de ser interlocutor priveligiado com as instâncias europeias (as quais também deixam muito a desejar quanto ao respeito por vontades democráticas), prepara-se para mandar às urtigas a vontade do Parlamento português. É também sintomático que outro orgão dado como "importante" nesta crise, é o Conselho de Estado ... também não eleito! OU SEJA, POR ONDE ANDA O RESPEITO PELA DEMOCRACIA NESTA CRISE? PORQUE RAZÃO ALGUNS OPINION-MAKERS COMEÇAM A LANÇAR A IDEIA DE QUE A DEMOCRACIA É "CARA" E "SÓ ATRAPALHA" A RESOLUÇÃO DA CRISE ?
João Pedro Freire
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