domingo, 11 de abril de 2010

Um terço dos detidos por tráfico de droga têm entre 16 e 21 anos de idade. A escola pública regular não tem resposta para os jovens delinquentes

São números alarmantes. Um terço dos detidos por tráfico de droga, em 2009, têm menos de 21 anos de idade. Aos 16 anos de idade, é suposto um jovem frequentar a escola. Não é razoável que tenha por actividade principal o tráfico de droga. Mas é isso que acontece com milhares de adolescentes de centenas de escolas portuguesas. E há ainda os que vendem droga mas não podem ser detidos porque têm idades inferiores a 16 anos.

Um terço dos 4847 suspeitos detidos por tráfico de droga, no ano passado, eram jovens entre os 16 e os 21 anos. As conclusões constam do Relatório Anual de Segurança Interna e fundamentam-se na actividade operacional das forças de segurança. As autoridades assinalam que há cada vez mais jovens a dedicarem-se ao pequeno tráfico.

"É possível constatar que os detidos são predominantemente de nacionalidade portuguesa, do sexo masculino, com mais de 21 anos, mas não é de menosprezar o facto de cerca de um terço se inserir no grupo etário entre os 16 e os 21 anos", refere o documento. Feitas as contas, estes jovens correspondem a 1257 dos detidos, mais de 300 que no ano anterior (953). Fonte: DN de 11/4/2010

O que pode a escola fazer por estes adolescentes? Tal como está organizada, a escola regular não pode fazer grande coisa. Os jovens com menos de 18 anos de idade que vendem droga dentro e nos arredores da escola precisam urgentemente de ser separados dos restantes. Têm direito à educação e à formação profissional mas não adianta mantê-los na escola regular. A criação de escolas de retaguarda, em regime de internato, com um código de conduta rigoroso e meios adequados para os fazer cumprir as regras, pode fazer toda a diferença.

Esses adolescentes precisam de formação profissional a sério. Mas ainda precisam mais de algo que as escolas públicas regulares não são capazes de lhes darem: aquisição de bons hábitos de trabalho, nomeadamente respeito pela pontualidade, assiduidade, cumprimento de regras, obediência e capacidade para prestar atenção e seguir as instruções dadas pelos professores. Sem a aquisição desses bons hábitos de trabalho é impossível salvar esses adolescentes da pobreza, do crime e do desemprego. Fonte: Três medidas para salvar os adolescentes que violam sistematicamente as regras

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