quinta-feira, 1 de março de 2012

DESEMPREGO NOS 14,8%

O Ministro das Finanças afirmou há cerca de 40 dias que “2012 vai marcar um ponto de viragem”. Em que sentido, ele não disse mas o que se está a verificar é que é no pior, tendo em conta os interesses da esmagadora maioria dos portugueses.
Apesar dos incompreensíveis foguetes que o Governo atirou devido ao relatório da troika, a verdade é que, dados importantes para a nossa vida colectiva aconselhariam, no mínimo, mais prudência.
Ainda hoje, segundo dados do Eurostat, Portugal atingiu novo máximo de desemprego na União Europeia (UE), com 14,8% em Janeiro deste ano. Encontramo-nos no patamar da Irlanda, na “luta” por um triste lugar no pódio do número de pessoas sem trabalho. Se as medidas recessivas continuarem o seu trilho, em breve estaremos isolados no 3º lugar. É caso para uma “festa” pois, nesta prova, tal como acontece no desporto, o 4º lugar é sempre o pior porque é o primeiro a ficar fora das medalhas… De qualquer maneira, se quisermos atingir uma medalha de preta ou mesmo de ouro, no desemprego, precisamos continuar o esforço no sentido de se dar fim, ainda, a mais postos de trabalho. Neste aspecto, a cereja em cima do bolo tem a ver com a subida do desemprego entre os jovens (até aos 25 anos) que agora se cifra nos 35,1%, ainda segundo o Eurostat.
Mas, o tal ponto de viragem tem mais outras vertentes:
- Cerca de 58% dos desempregados não têm qualquer subsídio de desemprego nem qualquer protecção social.
- Em Janeiro deste ano quase duplicou o número de empresas em despedimento colectivo, face ao mesmo mês de 2011.
- Segundo a Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO), a recessão e o desemprego ameaçam metas do défice.
- O novo chefe da missão do FMI para Portugal, Abebe Salassie admite contracção maior do que o previsto devido ao chamado ajustamento orçamental.
- A probabilidade de incumprimento da dívida portuguesa subiu hoje (1/3) 2,5 pontos percentuais e os juros das obrigações do Tesouro a dez anos fecharam em 13,75%.
Com estes dados, onde estão as razões para os delirantes festejos do Governo e tão elevado índice de propaganda em grande parte da comunicação social?

Luís Moleiro

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