quarta-feira, 4 de abril de 2012

A BANCA NUNCA PERDE!

Como sabemos, os milhões de euros que foram transferidos dos fundos de pensões dos trabalhadores bancários para o Estado serviram para que os valores do défice das contas públicas atingissem números artificialmente baixos. Claro que, como contrapartida, O Estado Português vai ter de garantir o pagamento futuro das pensões aos trabalhadores bancários.
Quem mais fica a lucrar no meio disto tudo é a banca, com se pode constatar neste excerto de um artigo de opinião do economista Eugénio Rosa que hoje podemos ler na edição em papel do “Diário As Beiras”.

“Segundo o Orçamento de Estado de 2012, rectificativo, três milhões de euros dos fundos de pensões dos trabalhadores bancários que foram transferidos para o Estado serão utilizados para pagar dívidas à banca que tinham as câmaras, entidades públicas (empresas) e entidades do sector de saúde. Portanto a banca acaba por receber, desta forma, metade dos fundos que tinha entregado ao Estado a juntar à redução importante de impostos (IRC) que obteve com a mesma transferência.
A transferência do fundo de pensões dos trabalhadores bancários revelou-se, para a banca, um negócio altamente vantajoso pois, para além de ter transferido o elevado risco financeiro que existia no pagamento de pensões aos bancários, devido à instabilidade dos mercados financeiros, também permitiu à banca obter elevados benefícios imediatos.
Por outro lado, 1500 milhões de euros do fundo de pensões dos trabalhadores bancários serão utilizados, segundo o OE rectificativo, para agar dívidas das entidades do Serviço Nacional de Saúde, agora não em relação à banca, mas sim a fornecedores, nomeadamente a laboratórios (as dívidas actuais do SNS atingem cerca de 3000 milhões de euros, o que determinará que ainda fiquem por pagar mais de 1500 milhões de euros o que determinará que a situação do SNS continue insustentável). Desta forma, 75% dos activos do fundo de pensões dos trabalhadores bancários serão utilizados, não para pagar pensões, como devia acontecer, mas sim em outros fins, ficando o Estado depois com a obrigação de transferir do OE, ou seja, de receitas obtidas de impostos, todos os anos a importância necessária (no OE rectificativo de 2012 consta já uma transferência de 522 milhões de euros com esse fim).”

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