quinta-feira, 30 de agosto de 2012

INFORMAÇÃO SOB CONTROLO

Nos regimes ditatoriais a censura à informação faz-se de forma directa e brutal, para que não restem quaisquer dúvidas sobre as intenções do poder. Toda a gente conhece as regras do jogo e tenta defender-se, procurando diversificar as fontes das notícias para obter o mínimo de rigor.

Actualmente, nos países onde domina a doutrina neoliberal, o controlo da informação é efectivo mas feito de forma subtil e cínica. Não existe uma censura institucionalizada mas, na prática, muitas vezes, o conhecimento de factos importantes é sonegado às populações, simplesmente, por omissão. Os grandes meios de comunicação social são detidos por gente muito poderosa que coloca as pessoas “certas” nos lugares certos de modo a que a informação seja de tal forma filtrada que apenas chegue às populações aquilo que mais interessa aos governos e às forças dominantes que os apoiam.

No Portugal actual, se quisermos estar bem informados não podemos estar dependentes dos noticiários televisivos – os mais controlados – nem sequer de muita imprensa embora, neste caso, apareçam algumas vozes credíveis. O melhor e mais aconselhável para quem quer uma informação digna de algum crédito é diversificar as suas fontes de consulta.

O exemplo que hoje aqui trazemos foi publicado na secção de cultura do “El País” em 14 de Agosto mas que se saiba passou completamente ao lado da comunicação social portuguesa durante oito dias. Trata-se de um texto que “incendiou Espanha” e que chegou a Portugal apenas a 24 de Agosto através do “dinheiro vivo”. Pensamos que mais nenhuma publicação lhe fez referência mas, pela sua importância e conteúdo merece a mais ampla divulgação.

O cano de uma pistola pelo cu
Se percebemos bem - e não é fácil, porque somos um bocado tontos -, a economia financeira é a economia real do senhor feudal sobre o servo, do amo sobre o escravo, da metrópole sobre a colónia, do capitalista manchesteriano sobre o trabalhador explorado. A economia financeira é o inimigo da classe da economia real, com a qual brinca como um porco ocidental com corpo de criança num bordel asiático.

Esse porco filho da puta pode, por exemplo, fazer com que a tua produção de trigo se valorize ou desvalorize dois anos antes de sequer ser semeada. Na verdade, pode comprar-te, sem que tu saibas da operação, uma colheita inexistente e vendê-la a um terceiro, que a venderá a um quarto e este a um quinto, e pode conseguir, de acordo com os seus interesses, que durante esse processo delirante o preço desse trigo quimérico dispare ou se afunde sem que tu ganhes mais caso suba, apesar de te deixar na merda se descer.

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