quarta-feira, 28 de novembro de 2012

DÍVIDA INSUSTENTÁVEL


Na sequência da aprovação final do Orçamento de Estado de 2013 e de algumas das medidas acordadas pelo Eurogrupo destinadas a aliviar o fardo da dívida grega e também aplicáveis a Portugal, o Correio da Manhã (CM) ouviu José Reis (JR), director da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra.

CM – É positivo que Portugal pague menos juros?

JR – É bom para o País porque a grande asfixia da economia é a dívida. Mas mesmo assim temos de ter noção de que a dívida não é sustentável, está a alimentar-se a si própria, com os juros.

CM – Defende que devia haver uma reestruturação da dívida?

JR – O que o Eurogrupo fez com esta decisão foi dar mais tempo sem que o pedíssemos, o que mostra que não é uma questão absurda. Não vale a pena discutirmos a melhor forma de pagar a dívida se ela se torna impagável. Numa economia que anda para trás e numa sociedade desfeita, por quanto tempo mais poderemos pagar o que nos exigem?

CM – E em que moldes defende essa reestruturação?

JR – No montante, tempo e juros. É que a dívida que hoje temos foi em muito resultado da iniciativa dos credores, como os bancos alemães. É preciso chegar a acordo para pagar apenas o que é aceitável. Seria uma reestruturação profunda em benefício da economia portuguesa e também dos credores.

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