quinta-feira, 23 de maio de 2013

MARISA MATIAS: A PROBLEMÁTICA DA DIABETES A NÍVEL DA EUROPA



É conhecido o trabalho desenvolvido no Parlamento Europeu por Marisa Matias, na vertente da saúde. Pois bem, num artigo que assina no Público de hoje, a eurodeputada do Bloco de Esquerda debruça-se sobre a problemática da diabetes que afecta mais de 32 milhões de europeus, com tendência para um aumento significativo nos próximos anos. Como muito bem afirma Marisa Matias, a forma de lidar com a doença constitui um fardo que "não pode ficar quase todo nos ombros das pessoas afectadas e respectivas famílias, das associações que a esta causa se dedicam ou dos profissionais que com ela têm de lidar, muitas vezes sem os meios adequados. É preciso muito mais do que isso. Desde logo, planos nacionais de acção concretos e reais e respostas públicas a um problema que é de saúde pública".

Uma resolução para a diabetes

Segundo as estimativas, mais de 32 milhões de cidadãos da União Europeia são afectados pela diabetes. Mas este é o cenário benévolo. Para os próximos anos prevê-se um aumento significativo da prevalência da doença. Trata-se de uma epidemia silenciosa, mas nem por isso menos destrutiva. Se a diabetes tipo 2 diminui a esperança de vida em cinco a dez anos, a de tipo 1 faz esticar esse cenário de perda de vida para 20 anos. Na União Europeia, a cada dois minutos morre alguém em resultado da diabetes.

Sabemos que não existe ainda cura para esta doença, mas alguns factores de risco são cada vez mais conhecidos, pelo que prevenir ou não trata-se de uma escolha política. Do mesmo modo, há ainda factores de risco por identificar, tornando fundamental aprofundar a investigação neste domínio.

Muitas pessoas e famílias enfrentam problemas e complicações que poderiam ser evitados, mas a realidade é ainda de uma doença subdiagnosticada, ou diagnosticada tarde de mais, e que ainda dá azo a formas várias de discriminação no trabalho e no dia-a-dia.

O fardo não pode ficar quase todo nos ombros das pessoas afectadas e respectivas famílias, das associações que a esta causa se dedicam ou dos profissionais que com ela têm de lidar, muitas vezes sem os meios adequados. É preciso muito mais do que isso. Desde logo, planos nacionais de acção concretos e reais e respostas públicas a um problema que é de saúde pública. Em tempos de crise, este repto torna-se ainda mais necessário. As estatísticas mostram que a participação das pessoas com diabetes na sua própria assistência constitui 95% do total. Além do encargo financeiro, há ainda a vertente psicossocial que está sempre associada à perda de qualidade de vida. Estas são apenas algumas das questões que têm vindo a ser suscitadas no Parlamento Europeu nos últimos anos.

Num contexto de crise, em que se reforçam as desigualdades e se corta no investimento público em saúde, o combate à doença sai enfraquecido. Está provado que cada cêntimo investido na saúde pública é fundamental, não apenas porque permite salvar vidas mas também porque contribui para a recuperação económica. É por tudo isto que é tão fundamental perceber que respostas nacionais e europeias robustas são condição necessária para responder a um problema que é de todos nós. O caminho que está por fazer está mesmo à nossa frente.

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