segunda-feira, 16 de setembro de 2013

PRIVATIZAR OS CORREIOS É LESAR AS POPULAÇÕES



Este país está a ser governado por loucos. Aliás, usar o verbo “governar” para designar o que esta gente anda a fazer é utilizar uma linguagem orwelliana muito de acordo com a sua forma de comunicar aos portugueses as malfeitorias com que os vão atingindo todos os dias –  palavras com significado difuso que rapidamente podem traduzir o seu contrário se der jeito em qualquer momento.
A ideia da privatização dos correios só pode caber na cabeça de um louco ou fanático do mais radical que se pode conceber dentro da ideologia neoliberal dominante. Não há nenhuma racionalidade em privatizar uma empresa que é um monopólio natural do Estado que dá muito lucro e que é essencial para servir as necessidades de partes significativas da população portuguesa, em especial, as mais isoladas e envelhecidas do país.
O jornalista Nicolau Santos insurge-se contra a privatização dos CTT, de forma veemente como se pode verificar no pequeno texto que assina no Expresso Economia deste sábado.
A privatização dos Correios é uma decisão ideológica, que agravará a sensação de abandono pelo Estado das populações do interior e que mostra um profundo desrespeito pelos cidadãos. As dezenas de estações que já foram encerradas são lesivas dos interesses de milhares de portugueses e o dever do sigilo deixa de ser garantido quando as cartas são entregues em estabelecimentos comerciais. Mas estando a galinha a ser engordada, o Governo acena ainda com a possibilidade de os Correios serem privatizados com a licença para terem um Banco Postal. A ideia não é nova mas foi sempre chumbada. Ora, não se vê porque é que a licença para o Banco Postal não foi concedida quando os Correios eram públicos e será agora quando vão passar a privados. Além de mais, numa altura em que Bruxelas obriga os bancos portugueses a reduzir a actividade e a conjuntura leva os que não pediram ajuda pública a fazer o mesmo, a criação de um novo banco só pode ser uma piada. Ou um embuste.

Sem comentários:

Enviar um comentário