terça-feira, 8 de outubro de 2013

GOVERNO SEM ESCRÚPULOS



O actual Governo já deu provas mais que suficientes de que se trata de um conjunto de pessoas destituídas de escrúpulos, incompetentes, desconhecedoras do país onde vivem e que não olham a meios para atingir fins. Como exemplos mais recentes da acção desta gente temos todas as contradições – uma designação muito leve – que sintetizam a actuação de Rui Machete, actual ministro dos Negócios Estrangeiros, e a aldrabice forjada por Paulo Portas para esconder os novos cortes, desta vez nas pensões de sobrevivência. Conscientes da maldade que tinham em mente, Passos e Portas decidiram deixar passar as eleições para deitarem o fel ao grupo de portugueses mais vulneráveis entre os mais vulneráveis.
Será que este Governo se acha inimputável como se pergunta muito bem no editorial do Público de hoje?
É muito importante que deixemos opiniões de pessoas e publicações insuspeitas para não ficarem quaisquer dúvidas sobre a calamidade para onde nos estão a empurrar. Aqui fica.
As desculpas de Paulo Portas sobre as pensões de sobrevivência ultrapassam os limites do patético.
A credibilidade e a transparência fazem parte das regras do bom governo. Sobretudo em tempos de crise. Ora o lamentável espectáculo que o vice-primeiro-ministro, Paulo Portas, e o ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Rui Machete, têm dado nos últimos dias ultrapassou os limites do aceitável. E põe em causa a credibilidade do Governo. Até porque a passividade com que o primeiro-ministro assiste a este espectáculo é igualmente chocante. Afinal de contas, não se trata de quaisquer ministros.
Comecemos por Paulo Portas. O vice-primeiro-ministro escondeu dos portugueses que estava em preparação um corte nas pensões de sobrevivência e afirmou mesmo que não haveria mais medidas de austeridade. Não era verdade. E a forma como se justificou agora - declarando que, no dia em que apresentou os resultados da avaliação da troika, "o desenho da medida ainda não estava terminado" - vai para lá do patético. Se a medida foi negociada com a troika, Portas não podia deixar de a conhecer. Justificar-se com um eufemismo desta natureza - "o desenho da medida" - e sugerir que não se trata efectivamente de um corte é, no mínimo, uma falta de respeito para com os portugueses. E, sobretudo, com as viúvas e viúvos visados pela medida.
Portas respondeu como se tivesse o privilégio da inimputabilidade. Tal como Rui Machete, após ter humilhado o país com as suas declarações sobre as investigações a responsáveis angolanos pela justiça portuguesa. Os termos em que o Jornal de Angola defendeu o ministro envergonham a diplomacia e a justiça portuguesa. Mas tudo terá resultado apenas de uma "expressão infeliz". A qual, tal como as justificações de Paulo Portas, traduz apenas uma coisa: que o Governo ultrapassou os limites e acha que não pode ser responsabilizado, como se estivesse acima dos mortais que governa. Mas não está.

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