terça-feira, 15 de outubro de 2013

VENDER PORTUGAL A RETALHO


Um dos resultados mais pornográficos da acção deste Governo é a alienação de todo o património nacional a favor de interesses estrangeiros e com grande prejuízo para Portugal. Um dos últimos exemplos tem a ver com a “fusão” da Portugal Telecom (PT) com o grupo brasileiro “Oi”, de muito maior dimensão. Obviamente que este facto leva a que os objectivos e a estratégia da PT ficarão, de imediato subordinados aos interesses do grupo mais poderoso como muito bem sublinha o economista Eugénio Rosa no seguinte texto que transcrevemos do Diário As beiras de hoje.

A fusão da Portugal Telecom com o grupo brasileiro “Oi”, um grupo de muito maior dimensão, que inclui para além da “Oi”, as empresas controladas por esta determinará que o controlo do “grupo português” pelo capital estrangeiro aumente ainda mais, já que “os accionistas da PT irão deter apenas 38,1% do capital social circulante e com direito a voto (ou mesmo menos) da CorpCo”, a nova sociedade que resultará da fusão como consta do comunicado da PT.
É evidente que este aumento significativo do controlo da Portugal Telecom por grandes grupos económicos estrangeiros, nomeadamente brasileiros, determinará que os objectivos e a estratégia da Portugal Telecom passem a se inserir ainda mais nos objectivos e estratégias dos grupos económicos estrangeiros que a controlam, cujos interesses não tem nada a ver com os interesses de Portugal, conforme ficou claro na investigação que realizamos sobre os grupos económicos e financeiros em Portugal e cujos resultados constam do nosso livro “Grupos económicos e desenvolvimento em Portugal no contexto da globalização”.
De acordo com as próprias palavras Zeinal Brava, o futuro CEO da nova empresa (por enquanto), os investimentos em Portugal serão ajustados, porque já estão feitos, e serão relacionados com a procura, o que significa uma paragem dos investimentos e um direcionamento para outras regiões, nomeadamente o Brasil, em prejuízo do desenvolvimento do nosso país. Assim, o potencial da Portugal Telecom será posto ao serviço de outras regiões. Os próprios lucros obtidos poderão ser assim canalizados cada vez mais para o estrangeiro não beneficiando o nosso país, já que a própria sede da nova empresa será instalada no Brasil passando a PT Portugal à categoria de uma filial.

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