domingo, 19 de janeiro de 2014

INCONVENIÊNCIAS PARA UMA ELITE CORRUPTA



Foi Nicolau Santos quem fez esta semana a apresentação do livro com o sugestivo título “Os Donos Angolanos de Portugal” da autoria dos bloquistas Francisco Louçã, João Teixeira Lopes e Jorge Costa. Ninguém melhor do que ele, até pela sua distância ideológica em relação ao Bloco, para descrever, em poucas palavras, o essencial do tema do livro, referindo, ao mesmo tempo, a necessidade de “um amplo debate e uma profunda reflexão” à sua volta. Não temos a mais pequena dúvida de que a comunicação social detida por capitais angolanos vai boicotar, de todas as formas possíveis aquele livro agora publicado, porque ele contém dados, cujo conhecimento em Portugal e em Angola são muito inconvenientes, pelas piores razões, para os detentores do poder na antiga colónia portuguesa. Esta é apenas uma das justificações para que se faça a mais ampla divulgação do livro acima referido, tanto em Portugal como em Angola.
O livro “Os Donos Angolanos de Portugal”, da autoria de Francisco Louçã, João Teixeira Lopes e Jorge Costa, merece um amplo debate e uma profunda reflexão. Em primeiro lugar, porque a relação Portugal-Angola é única: “Nenhuma potência colonial se transformou em suporte direto de um processo de acumulação primitiva na sua ex-colónia e, simultaneamente, num campo de reciclagem de capitais da elite no poder”. Em segundo lugar, porque “o capital angolano beneficia de um amplo suporte político em Portugal” com inúmeros ex-políticos associados à direção de empresas com ligações angolanas. Em terceiro, porque com exceção de Alexandre Soares dos Santos, todos os grandes empresários portugueses estão em Angola associados a parceiros locais e muitas empresas portuguesas dependem hoje largamente dos resultados do mercado angolano. E, em quarto, porque os investimentos angolanos na comunicação social portuguesa não têm seguramente o obetivo do lucro, mas de influência. Esta história de amor entre irmãos não vai acabar bem. 

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