sábado, 8 de março de 2014

8 MARÇO DIA INTERNACIONAL DA MULHER



Embora não haja um consenso sobre os acontecimentos que levaram à escolha de 8 de Março para Dia Internacional da Mulher, esta data é geralmente associada a uma homenagem prestada às operárias de uma fábrica têxtil de Nova Iorque que, no dia 8 de Março de 1857 terão reivindicado uma redução da jornada de trabalho, igualdade salarial e licença de maternidade. Tal como noutras ocasiões seguiu-se uma violenta repressão policial que terá levado à morte uma centena de manifestantes.
Desde logo se pode questionar por que razão a ONU sentiu a necessidade de instituir em 1975 o Dia Internacional da Mulher. Este dia tem como objectivo principal chamar a atenção para a persistência de descriminações de vária ordem assim como a sistemática violação dos direitos humanos a que as mulheres continuam a ser sujeitas por todo o mundo, incluindo, nos países mais desenvolvidos.
A propósito desta data achámos útil deixar aqui um interessante texto (*) que transcrevemos do Diário de Coimbra de 6/03/2014.
Todos abemos que, quando as pessoas se mobilizam, fazem-no por alguma razão e pretendem alcançar algum fim.
A igualdade entre homens e mulheres constitui um direito fundamental consagrado na Carta dos Direitos Fundamentais d União Europeia.
Mas, as razoes para lutar pela paridade do género não se resumem a questões de justiça social. A paridade do género contribui para melhorar o desempenho e a competitividade das empresas e instituições.
Existe uma correlação positiva entre a presença das mulheres nos órgãos decisórios e os bons resultados. Num relatório de McKinsey, constata-se que as empresas que adotaram a paridade entre homens e mulheres realizaram lucros de exploração em 56% superiores aos das empresas que só empregam homens. Um resultado notável!
A Comissão Europeia desafiou as empresas da União Europeia, cotadas em bolsa, a aumentarem o número de mulheres nos seus conselhos de administração, mediante a assinatura do “Compromisso europeu pelas mulheres na administração das empresas”.
Ao assinarem o compromisso, as empresas comprometiam-se a aumentar a representação feminina nos seus conselhos de administração para 30% em 2015 e 40% em 2020. No entanto, durante os últimos 12 meses, apenas 24 empresas em toda a Europa, assinaram o compromisso. Entre elas uma única empresa portuguesa, o BCP. É um resultado deveras dececionante!
Dado que muitas empresas não tem agido com suficiente rapidez para corrigir os desequilíbrios entre os géneros, alguns governos na Europa adotaram legislação para forçar a mudança, como foi ocaso de Portugal.
Mas a via legislativa, põe si só, não resolve o problema, é necessário explicar às pessoas o que se pretende, envolvê-las no processo. Então por que é que a realidade continua quase estável e as diferenças de oportunidades continuam a existir? É culpa dos homens ou das mulheres?
As mulheres são alvo de comportamentos discriminatórios, ou as suas preferências explicam o seu estatuto no mercado de trabalho, na intervenção social?
Pelo facto de para as mulheres a família se sobrepor na razão proporcionalmente inversa à desmesurada ambição profissional masculina, não se lhes pode deixar de atribuir uma forte consciência das suas convicções, competência, consensualidade, honestidade, sensibilidade e capacidade de decisão.
É preciso elucidar a sociedade!
Há que dinamizar as mulheres, consciencializá-las, incentivá-las e encorajá-las a participar de forma mais ampla e vigorosa na vida social, económica e política.
A questão não está em explicar aos homens o objetivo que se pretende alcançar, pois, os próprios, apesar de imbuídos pelo espírito de liderança reconhecem e “invejam” nas mulheres a intuição, a resistência à frustração, o pragmatismo, a exigência, o perfecionismo, a lucidez, a sensibilidade, a autenticidade e a capacidade de concretização de multitarefas. O fim é compreender as vantagens que o processo traz à sociedade no seu conjunto.
(*) Teresa Machado, professora

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