terça-feira, 11 de março de 2014

DENUNCIAR AS MENTIRAS


As palavras simples e atempadas da deputada bloquista Catarina Martins, durante o último debate quinzenal no Parlamento, foram um reflexo tão evidente do que o português comum pensa que têm servido de tema a vários comentários. Toda a gente sabe e observa todos os dias que o Governo em geral e, o primeiro-ministro em particular em particular, mentem aos portugueses, de tal forma que correm o risco de não serem levados a sério quando alguma vez falarem verdade.
A produção de um manifesto subscrito por personalidades da esquerda à direita revelado hoje pelo Público é, por si só, reveladora da situação clamorosa e do beco sem saída a que o país chegou. Ainda há pouco tempo seria impensável que personalidades de cariz ideológico tão diverso pudessem chegar a acordo sobre um documento com este conteúdo. Isto deve fazer reflectir os portugueses no sentido de ser necessário pôr cobro à austeridade eterna e brutal que nos querem impor. A propaganda do Governo e dos seus altifalantes espalhados por toda a comunicação social formam uma teia de mentiras muito bem urdidas mas que não resistem a uma análise mais profunda. Denunciar estas mentiras, umas mais evidentes que outras, é uma das funções dos representantes do povo no Parlamento que não pode ser achincalhada por quem quer que seja e, muito menos, pelo primeiro-ministro. Por isso, a oportunidade da intervenção de Catarina Martins e a reacção do grupo parlamentar do BE ao abandonar o hemiciclo como forma de protesto.  
No artigo que hoje assina no Público, José Vitor Malheiros não deixa de fazer referência à deplorável “birra” do primeiro-ministro aquando do debate quinzenal da semana passada, nos seguintes termos:
Sobre a birra de Pedro Passos Coelho no Parlamento, quando Catarina Martins referiu algo tão verdadeiro, tão evidente e tão fácil de provar como a ausência de valor da sua palavra: será que alguém poderia explicar ao primeiro-ministro que, quando ele se apresenta no Parlamento, é ao povo que responde, através dos seus representantes legítimos, e não a esta ou àquela pessoa? E será que alguém pode explicar a mesmíssima coisa à inefável reformada que preside ao Parlamento? E será que alguém pode explicar a ambos que “responsabilidade” significa o dever de responder? Ou será que PPC e Assunção Esteves acham que o Governo apenas é responsável perante a troika?

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