sexta-feira, 27 de junho de 2014

A ESQUERDA IRÁ MOVER-SE?


“Finalmente move-se” é o título do interessante texto que o Prof. Boaventura Sousa Santos (BSS) assina na “Visão” desta semana.
Para o leitor mais atento às movimentações em curso no PS, o título do texto indicia uma referência a algo que talvez esteja a alterar-se no imobilismo que tem caracterizado a esquerda, desde há muito tempo, e a que urge pôr cobro. E não se engana.
É intolerável que o país vote, de forma sistemática, “maioritariamente à esquerda para depois se ver governado pela direita”.
Como também se pode verificar, BSS faz uma significativa referência ao Bloco de Esquerda, classificando Ana Drago e Marisa Matias como “as duas líderes políticas mais brilhantes da sua geração”, fazendo votos para que elas se unam.
Tem sido demasiado fácil ser político de esquerda no nosso país, mas os tempos estão a mudar. A esquerda portuguesa dá sinais de que finalmente tem de dar contas a um país sofrido que incessantemente vota maioritariamente à esquerda para depois se ver governado pela direita. Será difícil depois de anos de imobilismo e de falta de treino político, tão habituados ficaram os nossos políticos, tanto à esquerda como à direita, a ser governados por Bruxelas. Mas as dificuldades derivam também da própria natureza dos partidos. Há cem anos um sociólogo muito conservador mas muito lúcido, Robert Michels, definiu os partidos como organizações que se destinam a defender os políticos das pressões do seu eleitorado de modo a que possam servir-se da política para realizar os seus interesses particulares. Chamou a isso a "lei de ferro" dos partidos, a tendência inelutável a transformarem-se em estruturas oligárquicas dominadas por aparelhos que apenas cuidam da sua reprodução.
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