quarta-feira, 3 de setembro de 2014

A FRAUDE DA DIMINUIÇÃO (OFICIAL) DO DESEMPREGO


A manipulação de dados sobre a diminuição da taxa de desemprego em Portugal é, porventura, uma das maiores fraudes levadas a cabo por este Governo, no sentido de manipular a opinião pública. Nem por milagre se poderia assistir a uma quebra do desemprego ao mesmo tempo que se verifica um crescimento anémico na economia e o emprego, em vez de aumentar, até diminui.
Para combater a fraude, há que esclarecer os portugueses de forma objectiva já que a comunicação social em geral aceita e divulga de forma acrítica os dados fornecidos pelo Governo.
O texto seguinte, que recolhemos do Diário as beiras de ontem, é da autoria de Eugénio Rosa e nele se demonstra através de números como se baixa artificialmente a taxa de desemprego oficial.
Nestes últimos dias, aproveitando a divulgação dos dados do Eurostat sobre o desemprego nos países das U.E. que inclui Portugal, os media têm matraqueado os portugueses com a diminuição do desemprego em Portugal, que os atingidos não sentem pois continuam a não encontrar emprego. Quem se dê ao trabalho de analisar com atenção os dados oficiais sobre o desemprego e o emprego, não poderá de estranhar um estranho paradoxo que é o seguinte: por um lado, os dados oficiais do desemprego são todos diferentes embora com um ponto comum que é a diminuição; e, por outro lado, embora oficialmente o desemprego esteja a diminuir, o emprego não aumenta; pelo contrário, até diminuiu. Segundo o Eurostat, entre Maio de 2013 e Maio de 2014, a taxa de desemprego em Portugal diminuiu de 16,9% para 14,3%; de acordo com os dados divulgados pelo INE, entre o 1º Trimestre 2013 e o 1º Trimestre de 2014, a taxa de desemprego baixou de 17,5% para 15,1%.
Em valor absoluto também se observa idêntica tendência nos dados oficiais sobre o desemprego. Segundo o Eurostat, entre Maio de 2013 e Maio de 2014, o número de desempregados em Portugal desceu de 881.000 para 736.000. De acordo com o INE, entre o 1º Trimestre 2013 e o 1º Trimestre 2014, o número de desempregados diminuiu de 926.800 para 788.100; e, finalmente, o IEFP divulgou que, entre Maio de 2013 e Maio de 2014, o número de desempregados inscritos nos Centros de Emprego baixou de 703.205 para 636.410. O que não deixa de ser estranho em todos estes números é que apesar do desemprego oficial diminuir o emprego não aumenta. Segundo dados do INE, entre o 4º Trimestre de 2013 e o 1º Trimestre de 2014, o emprego até diminuiu em 41.100, pois passou de 4.468.000 para 4.426.900. Mas são estes os dados do desemprego que a propaganda oficial utiliza na sua tentativa de manipulação da opinião pública procurando convencer os portugueses que a situação do país está a melhorar, que os media acriticamente divulgam, e que por isso interessa esclarecer de uma forma objetiva.
Em Abril de 2014, segundo o IEFP (Instituto de Emprego e Formação Profissional), 30.193 estavam em “trabalho socialmente necessário, 92.376 estavam “ocupados” em ações de formação e 39.299 em estágios profissionais, o que dá 161.868. Se estes desempregados, por estarem na situação de “ocupados”, não forem considerados nas estatísticas oficiais como desempregados, o desemprego oficial em Portugal baixa significativamente.
Entre Janeiro 2013 e Abril de 2014, o número de desempregados na situação de “ocupados” aumentou de 78.679 para 169.408. Em valor absoluto cresceu em 90.729, e em percentagem subiu 115,3% Assim, se se excluir dos números oficiais de desemprego os desempregados que estão na situação de “ocupados”, e aumentando o número destes, consegue-se baixar artificialmente o desemprego oficial.

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