sábado, 6 de setembro de 2014

FAVORECER DESCARADAMENTE OS PODEROSOS


A espuma dos dias permite que muitas vezes passem despercebidas situações absolutamente inadmissíveis mas que revelam o carácter de pessoas ou instituições.
A maioria de direita que tomou conta do país com promessas que mostrou não ter a intenção de cumprir desde o início da governação, encontra-se no poder inteiramente ao serviço dos interesses dos poderosos, internacionais ou nacionais. Tanto para Portas como para Passos Coelho os cidadãos são uns empecilhos que só atrapalham o Governo na prossecução dos seus objectivos. Ainda hoje, no Público, Pacheco Pereira cita uma afirmação do primeiro-ministro no discurso do Pontal em que disse: “eu não tenho nenhum problema com os aposentados (…) mas o país tem!”
Muito provavelmente o país não tem qualquer problema com os aposentados a menos que a máquina propagandística do Governo o crie de forma artificial como se tem vindo a constatar. Os problemas do país são outros, tais como o favorecimento descarado de poderosas empresas privadas como o que é hoje citado por Joana Amaral Dias no Correio da manhã, onde dá como exemplo o que está a acontecer com o grupos Melo e Mota-Engil que conseguiram colocar as Finanças a cobrar multas de 500 a 1000% sobre portagens não pagas, numa situação de duvidosa legalidade.
Todos nós temos sido cilindrados pela carga fiscal que o governo nos impôs a título do controlo de uma dívida e de um défice que não param de aumentar. Mas o fisco transformou-se também num estrangulador da democracia. Por exemplo, como é que os monopolistas grupo Mello e Mota-Engil conseguiram colocar as finanças a cobrar multas de 500 e 1000% (será isto sequer legal?) sobre portagens não pagas? E logo à primeira falha. Aliás, o presidente do sindicato dos trabalhadores dos Impostos avisou que a Autoridade Tributária e Aduaneira é agora uma máquina coerciva ao serviço de privados. E a baixo custo.
Mas não é apenas uma máquina coerciva. É mesmo debulhadora. Uma ceifeira de cidadãos, famílias e empresas. Afinal, as finanças vão também cobrar coercivamente as taxas moderadoras e títulos em dívida nos transportes públicos. Como se não bastasse, os bancos vão enviar ao fisco todos os gastos em restaurantes, prontos a vestir e hotéis pagos com cartões e independentemente do seu valor. É isto que combate a evasão fiscal? Sério? Ainda andam a brincar aos pobrezinhos?

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