terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

A AZIA QUE VAI POR AÍ…


Desde que foram conhecidos os resultados da eleições gregas do dia 25 de Janeiro que se nota de forma evidente ao ponto a que chegou o radicalismo ideológico em que já se vive. Uns por ignorância, outros, a maioria, por má fé, apelidam com o maior despudor o Syriza, partido vencedor, de extrema-esquerda e os seus aliados de extrema-direita. Uma análise fria da realidade aponta diferenças significativas entre as duas formações partidárias mas o seu afastamento ideológico não é tão grande como se pretende fazer crer à opinião pública, intencionalmente no sentido de denegrir a acção do actual governo grego, democraticamente eleito.
A verdade é que a vitória do Syriza pode levar a uma desestruturação no rotativismo do poder, por essa Europa fora, e é isso que está a provocar uma enorme azia em muitos grupos instalados que não estavam à espera de tamanho abalo. As propostas do partido vencedor das eleições gregas, apelidadas pelo nosso excelso primeiro-ministro de “brincadeiras de criança”, podem afinal abrir caminhos nunca antes imaginados. Mais do que isso, os portugueses podem mesmo sair beneficiados, ainda que a contragosto dos nossos governantes.
A propósito, leia-se este pequeno mas interessante texto que encontrámos hoje no Diário as beiras:
Em Portugal, pelo menos, a narrativa nas entrelinhas da vitória do Syrisa não é essencialmente ideológica. Certo que haverá uma dúzia de românticos a suspirar por uma guinada à esquerda na política nacional, mas o que está em causa não é tanto o equilíbrio entre a esquerda e a direita, como será a própria resiliência do regime.
Há quem use a palavra resiliência para significar resistência, mas ela é muito mais do que isso. É a propriedade de um corpo recuperar a sua forma original após sofrer choque ou deformação.
E o regime democrático português tem sido assim mesmo, resiliente. Às vezes muda um pouco, mas para que tudo fique na mesma.
A questão que se coloca é, portanto, a de saber se as ondas de choque resultantes da vitória de um partido dito marginal são de tal intensidade que possam introduzir uma deformação nos nossos equilíbrios de poder, em termos que ponham em causa a sua resiliência.
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