sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

REFLEXÃO


Caiu na nossa caixa de correio electrónico um texto de reflexão de um camarada bloquista que aqui deixamos com todo o gosto.
1. Julgo -tenho a certeza - que não estou sozinho quando entendo que este momento que atravessamos é não só único como ímpar obrigando a todos os esforços o que implica um verdadeiro "toque a rebate" no sentido de convocar todos os que se posicionam do mesmo lado. Há momentos históricos em que as determinantes condicionam um alinhamento claro sem tergiversações o que implica ou obriga escolher um dos lados. Acredito que estamos a viver um desses momentos.
 Diria mesmo que seria... e será de uma gravidade política extrema nos nossos dias e com consequências impensáveis nos próximos largos anos caso o desfecho do problema grego vá no sentido mais retrógrado imaginável e, pior e ainda mais grave, possa a Grécia ficar isolada.
2. O tempo urge. O Bloco está numa posição única para se empenhar a sério num contacto imediato "de vida ou de morte" com os outros movimentos da mesma área política da Europa, muito em particular do Sul, manifestando de todas as formas todo o apoio ao governo eleito da Grécia e ao seu Povo por todas as razões cuja justificação não carece minimamente de explicitação,  avançando, inclusivé, com propostas suficientemente radicais( no verdadeiro sentido) quem podem e devem passar por exigências no sentido da discussão da dívida e da ainda e protelada dívida alemã. [espantoso como um ministro das finanças da mesma Alemanha cuja tristíssima história recente se fica por uns setenta anos se atreva a pôr  em causa a legitimidade do povo grego escolher democrática e livremente os seus representantes]...as voltas que o Mundo dá!
3. Nas ultimas semanas percebemos (como se fosse necessário) as (In)definições do costume, desde aqueles a quem todos os argumentos servem para o habitual " não me comprometa" ou " vamos ver em que param as modas" passando pelo portuguesissimo político- centrismo cretino, hipócrita e covarde dos que designo por " bissectrizes políticas " até aos que como não se identificam " completamente" nem "controlam todo o processo" optam por manter um distancionamento habitual, embora compreensível.
4. Vou mais longe sem complexos de legitimidade ou de purismo de esquerda que, creio, neste momento histórico, não me parecer - estou certo - fazer qualquer sentido. Compete ao BLOCO aqui e agora,e,repito , porque está numa posição privilegiada politicamente, tentar de todas as formas , com a necessária humildade democrática e para além de divergências outras e legitimas , agregar todas as forças que tão simplesmente estão do lado do povo grego contra a oligarquia burocrático- financeira de Bruxelas. Mais... é fundamental, na minha modesta opinião, criar condições - e não me parece de todo muito difícil - que pela dinâmica do evoluir do processo impliquem (obriguem) a que as diversas forças de esquerda se definam claramente.
5. Hoje e aqui atrevo-me a sugerir que todo o BE se congregue multiplicando todas as forças, concentrando-as, com a abertura de espírito necessária na "batalha da Grécia".
Em muito, diria mesmo, em tudo, o projeto político próximo depende da prática política seguida nas próximas semanas ou meses.
6. A Grécia, o Syriza/ esperança/ orgulho de todo um povo não pode perder. Certo que o Mundo e a Europa não desaparecerão e a " luta continua" mas creio humildemente, sinto, que para todos os que acreditam numa alternativa democrática por um verdadeiro socialismo em sintonia com os tempos que vivemos não esgotar todos os meios possíveis de solidariedade e apoio efetivo à Grécia será injustificável. Nada o justificará!
Assim o possamos entender de uma vez por todas... muito para além, embora mantendo divergências necessárias e legítimas, de verdadeiras questiúnculas ou arrufos que nada têm contribuído para uma alternativa séria de esquerda e que por vezes raiam o insuportável.
O Bloco pode, deve, aproveitar, inclusivé sem medos de alguns afastamentos, esta determinante histórica que creio não se repetirá em tempo útil.
Eurico Dias Gomes

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