sábado, 17 de outubro de 2015

DECLARAÇÕES DE VOTO DO VEREADOR DO BE NA SESSÃO DE CÂMARA DE 15 DE JULHO DE 2015



Câmara Municipal de Portimão – reunião de 15 de julho de 2015
Proposta de Deliberação nº 459/15
Assunto: Proposta de candidatura ao abrigo do Contrato de Emprego e Inserção (CEI), para colocação de colaboradores nos Estabelecimentos de Ensino e Educação para o ano letivo de 2015/2016
Com esta proposta a Câmara irá proceder à colocação de 72 colaboradores nos estabelecimentos de ensino, no âmbito dos contratos CEI, por um período de 11 meses: 50 auxiliares de ação educativa, 18 cozinheiros, 3 animadores socioculturais e 1 Técnico Superior de Psicologia. Desta vez a Câmara de Portimão bate o record da precariedade – de uma assentada coloca 72 pessoas a trabalhar, auferindo um salário miserável ao fim do mês.
Os Contratos de Emprego e Inserção criados pelo governo Sócrates em 2009 e aplicados em força pelo atual governo PSD/CDS, não passam de manobras governamentais para tentar diminuir o desemprego de forma artificial – quase 100 mil a nível nacional - e utilizar os trabalhadores praticamente como mão de obra escrava e sem quaisquer direitos laborais. Além destes trabalhadores ocuparem necessidades de emprego permanente, vão os mesmos para a rua percorrido menos de um ano e auferem ao fim de um mês de trabalho uma miséria de 83,84€ mais o subsídio de refeição de 4,27€, para além do subsídio de desemprego (mas o subsídio é um direito e descontaram para usufruir do mesmo).
A Câmara Municipal deverá terminar com este tipo de abuso de colocações e procurar outras soluções mais dignas para quem trabalha. No caso de se tratar de serviços imprescindíveis – e neste caso são serviços imprescindíveis e indispensáveis para o bom funcionamento das escolas - devem ser abertos concursos públicos para a admissão de trabalhadores. Se o governo não autorizar estes concursos deve a Câmara, no âmbito da Associação Nacional de Municípios Portugueses, tomar uma posição forte denunciando o governo – caso contrário, todos serão coniventes com o recurso a mão de obra quase escrava. Se as Câmaras protestarem contra esta vergonha, injustiça e abuso, o governo será obrigado a recuar, pois politicamente ficaria numa posição muito fragilizada e ainda por cima em vésperas de eleições.
Tendo em conta que o Bloco de Esquerda não poderá pactuar com este tipo de situações, vota contra esta proposta de deliberação.

Proposta de Deliberação nº 469/15
Assunto: Proposta referente ao 2º aviso para pagamento da Taxa Municipal de Proteção Civil – juros moratórios
Mesmo sem a cobrança dos juros de mora, não faz qualquer sentido a Câmara estar a enviar o 2º aviso para pagamento da taxa (2ª fase de cobrança) para quem não pagou na 1ª fase, quando a Presidente de Câmara já anunciou que não iria haver pagamento da taxa em 2015. Tanto mais que esta taxa não passa de mais um imposto encapotado, portanto ilegal e que só serve para ir aos bolsos dos munícipes. É preciso ter presente que em Portimão as taxas já se encontram no máximo e que, tudo junto – somando com os impostos a nível nacional – está a provocar graves dificuldades financeiras nos cidadãos e empresas do concelho.
Nesta conformidade e como o Bloco de Esquerda é veementemente contra este tipo de taxas, o voto é contra esta proposta de deliberação.

Proposta de Deliberação nº 472/15
Assunto: Proposta de manutenção dos valores das taxas para talhos, lojas e bazares - taxas mensais do mercado Municipal Av. S. João de Deus
A proposta de manutenção dos valores das taxas para esses 3 espaços é de 13.80€ por m2, uma quantia elevada devido à crise que também o setor atravessa, como se comprova pelo encerramento de diversos espaços no mercado municipal. Noutras localidades, os espaços dos mercados municipais comportam taxas bem menores: em Loulé o valor é de 2.08€ por m2, em Faro é de 10.08€ nos talhos e snack-bares é de 9.37€ por m2 nas lojas, em Olhão a taxa é de 11.11€, em Torres Vedras a quantia é de 8€ e em Oeiras o valor da taxa é de 10.76€ por m2. Portanto, a proposta devia ser baixar o valor da taxa a cobrar pelos espaços referidos.
Nesta conformidade, o Bloco de Esquerda vota contra esta proposta de deliberação.
O Vereador do Bloco de Esquerda
João Vasconcelos

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