segunda-feira, 2 de novembro de 2015

MANIPULAÇÃO DESENFREADA


Este curto comentário de Nicolau Santos, que recolhemos da última edição do Expresso Economia, é mais um exemplo da forma como muitas promessas do Governo Passos/Portas foram manipuladas ao longo destes últimos quatro anos. Se alguém quiser dar-se ao trabalho de compilar, uma a uma, as informações trapaceiras com que o Governo quis enganar os portugueses, para continuar no poder, talvez venha um livro com centenas de páginas.
“O que se passou com a anunciada devolução da sobretaxa de 3,5% sobre o IRS” é uma pouca-vergonha que não tem tamanho. Isto só nos leva a pensar que os governantes deste país tinham como dado adquirido a sua permanência no poder por todos os séculos dos séculos, como se fosse uma emanação de Deus… A vontade do povo seria uma coisa de somenos importância, que uma retórica bem urdida resolveria com toda a facilidade.
Pois bem, desta vez, o povo deu um pequeno murro na mesa para dizer que não estava tão distraído como parecia e eis que bastou este abanãozinho para desnortear o sistema.
Devido à situação política, tem estado a passar entre os pingos da chuva o que se passou com a anunciada devolução da sobretaxa de 3,5% sobre o IRS. Pois bem, no verão começámos a ter notícias de que, a cada mês que passava, aumentava a percentagem da taxa que seria devolvida aos contribuintes. Em Agosto já ia em 35% e passavam-se mensagens de que seria possível devolver 50%. E eis que se chega às eleições, e eis que a coligação ganha, e eis que poucos dias depois sabemos que afinal já só é possível devolver pouco mais de 9%. Ou seja, em vez de 3,5%, podemos ficar a pagar 3,2%. O pequeno problema de tudo isto é que desde Fevereiro, pelo menos, que o Ministério das Finanças sabia destas flutuações de mês para mês. E por isso nada disse, a não ser nos três meses antes das eleições, quando a receita cresceu de forma sustentada. Agora veio o balde de gelo. A isto chama-se manipulação. Enganar os cidadãos. Ou outros nomes feios. Avisem-nos para sairmos da sala quando nos vierem dar lições de ética.

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