quarta-feira, 11 de maio de 2016

“PARCERIA” A FAVOR DAS MULTINACIONAIS




Nota: Caso as legendas não arranquem automaticamente, clica no botão Subtitles/CC - na barra inferior do vídeo - para ativá-las.

Um tema há longo tempo tratado na agenda internacional, o da chamada Parceria Transatlântica de Comércio e Investimento (na sigla em inglês TTIP), que a concretizar-se irá trazer consequências muito negativas para a vida dos portugueses, só agora começa a ser abordado entre nós, de uma forma muito superficial.
Uma coisa que não augura nada de bom é o secretismo que envolve o TTIP o que, por si só, deve deixar de pé atrás o cidadão comum. Das informações que nos vão chegando, tudo indica que esta “Parceria” vai beneficiar em especial as grandes multinacionais pelo que é do interesse de países onde elas predominam, tais como os Estados Unidos, Alemanha, França, Grã-Bretanha e Itália.
Este texto da autoria de Eduardo Oliveira e Silva, que transcrevemos do i de hoje, é, em poucas palavras, um alerta para a opinião pública para aquilo que nos poderá atingir dentro de pouco tempo se não esboçarmos desde já uma forte tomada de posição contra.
Foi preciso Manuela Ferreira Leite falar e escrever três vezes sobre o acordo que os norte-americanos e a União Europeia (UE) estão a negociar para que o tema chegasse aos nossos jornais.
Nem uma declaração de Obama a pressionar os europeus e uma tomada de posição do Greenpeace sobre o sinistro acordo (Parceria Transatlântica de Comércio e Investimento) nos tinham despertado cá para as suas consequências.
Em traços largos, o acordo multiplica trocas comerciais e investimento entre os dois blocos, favorecendo basicamente as multinacionais, nomeadamente através da criação de instâncias que poderão ultrapassar a legislação europeia e a americana, arrasando direitos laborais, sociais e ambientais.
O acordo interessa, antes do mais, aos americanos, e depois à Alemanha, França, Grã-Bretanha e Itália, ou seja, os Estados da UE que têm grandes multinacionais. Os outros serão peões de um vasto xadrez. Portugal não contará para nada, a não ser para sofrer consequências e ser endrominado com loas aos supostos benefícios para um porto como Sines.
O alerta da ex-ministra das Finanças valeu a pena, embora a parte em que pedia para se saber quem representa Lisboa na negociação tenha ficado sem resposta objetiva. É que ninguém pode acreditar que seja mesmo Margarida Marques, a secretária de Estado dos Assuntos Europeus, criatura que mal se sabe por cá que pertence ao governo. Agora imagine-se o peso que terá em Berlim, Paris, Londres ou Bruxelas, o centro da eurocracia.

Sem comentários:

Enviar um comentário