sexta-feira, 12 de maio de 2017

UCRÂNIA: FESTIVAL DE EUROVISÃO 2017 MARCADO POR ESCÂNDALOS NUM PAÍS DEVASTADO


Quem tiver o gosto ou a paciência para assistir ao Festival Eurovisão da Canção que este ano tem lugar na Bulgária, certamente não irá conhecer um mínimo da realidade que se vive neste país e é pena. Por isso mesmo, deixamos aqui uma amostra do que lá se passa.
Enquanto as luzes da ribalta iluminam as actuações dos artistas, ao mesmo tempo ofuscam a realidade de um festival e de um país devastado pela pobreza. As estimativas iniciais apontavam para um custo de 17$ milhões, que rapidamente passaram para um custo total de 33$ milhões. Isto num país que está a receber 17,5$ mil milhões do FMI devido à crise económica do país. Um país onde aproximadamente 60% da população vive abaixo do limiar da pobreza, onde 10% vive no desemprego, a inflação é de 9,1% e o país perde população anualmente devido à emigração e à guerra civil.
Durante a organização do festival, o director do canal televisivo responsável demitiu-se por problemas de financiamento. Igualmente 21 directores do canal também se demitiram declarando que o seu trabalho foi bloqueado constantemente. Vários outros escândalos de corrupção ocorreram, incluindo a atribuição de contratos a empresas dos organizadores do festival.
O festival alegadamente promove a diversidade, o que é algo bizarro para um país onde têm assento parlamentar partidos de extrema-direita (Svoboda) e nazis (Sector Direita). Onde operam forçar militares nazis (o batalhão Azov) e criminosos nazis como Bandera e a UPA (Exército Insurgente Ucraniano) estão a ser elevados a heróis nacionais. Na Ucrânia jornalistas e activistas são perseguidos e atacados por terem opiniões diferentes. As pessoas com deficiência são praticamente invisíveis na vida pública. As marchas e organizações LGBT têm sido espancadas e atacadas cada vez que saem à rua, para não falar em pessoas individuais que mostrem ou assumam ser LGBT. Por último a concorrente da Rússia foi impedida de participar por ter cantado na região da Crimeia, depois de esta região se ter juntado à Rússia, o mesmo critério não foi aplicado ao candidato de Bulgária que irá participar no concurso.

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