quarta-feira, 7 de fevereiro de 2018

RANKINGS DE ESCOLAS PARA QUÊ?


A existência de rankings das escolas onde se tem em conta quase exclusivamente aprendizagem de conteúdos deve merecer a mais forte contestação pois não se pode comparar aquilo que não é comparável. Há uma infinidade de factores condicionantes que contribuem para uma distorção dos resultados que não são tidos em conta para a seriação das escolas a nível nacional. Estamos perante uma situação que deve ser amplamente denunciada para que possa ser alterada. No limite, os rankings não têm razão de existir.
Aqui ficam mais algumas ideias que contestam a própria existência de rankings de escolas,  retiradas ontem (06/02/2018) de um artigo de opinião de David Rodrigues, Presidente da Pró-Inclusão e Conselheiro Nacional de Educação.
A publicação anual do ranking das escolas acaba por originar este debate, esta manifestação de argumentos, enfim, um bem que vem por mal.
(…)
Para muitas escolas seria um verdadeiro presente se a preocupação central, única ou até predominante fosse “a aprendizagem dos conteúdos”.
(…)
Os resultados dos alunos não são só fruto da intervenção da escola.
(…)
Os rankings enfermam de uma dificuldade que há mais de 50 anos já foi encontrada nos testes psicológicos: procuram através de uma amostra pequena, simples e estandardizada avaliar todo um percurso longo, complexo e singular.
(…)
O exame nacional avalia unicamente — e com elevados riscos — os conhecimentos situados e específicos de um determinado conteúdo.
(…)
Como poderemos querer que os estudantes se interessem pela vida na escola se só valorizamos os exames?
(…)
Ter critério quer dizer que não pode haver boa avaliação sem levar em conta o processo e os meios que se colocaram para o objetivo.

Sem comentários:

Enviar um comentário